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sábado, 20 de abril de 2013

MARCAS NO CORAÇÃO




Você já sentiu, alguma vez, a dor causada por uma pancada na quina da mesa, da cama, ou de outro móvel qualquer? Sim, aquela pancada que quase nos faz perder os sentidos, e deixa um hematoma no corpo. Em princípio surge uma marca avermelhada, depois arroxeada, e vai mudando de cor até desaparecer. Geralmente o local fica dolorido, e sempre que o tocamos sentimos certo desconforto. A marca permanece por um tempo mais ou menos longo, conforme o organismo.

Agora imagine se, por distração, você bate novamente no mesmo lugar do hematoma... A dor é ainda maior e a cor se intensifica. Se isso se repetisse por inúmeras vezes, o problema poderia se agravar a tal ponto que a lesão se converteria num problema mais grave.

Com a mágoa acontece algo semelhante, com a diferença de que a marca é feita no coração e é causada por uma lesão afetiva. No primeiro momento a marca é superficial, mas poderá se aprofundar mais e mais, caso haja ressentimento prolongado. Ressentir quer dizer sentir outra vez e tornar a sentir muitas e muitas vezes. É por isso que o ressentimento vai aprofundando a marca deixada no coração. Como acontece com as lesões sofridas no corpo, repetidas vez no mesmo lugar, também o ressentimento pode causar sérios problemas a quem se permite o ressentir continuado. Se um hematoma durasse meses ou anos em nosso corpo, a possibilidade de se transformar em câncer seria grande.

Isso também acontece com a mágoa agasalhada na alma por muito tempo. A cada vez que nos lembramos do que motivou a mácula no coração, e nos permitimos sentir outra vez o estilete na alma, a mágoa vai se aprofundando mais e mais. Além da possibilidade de causar tumores, gera outros distúrbios nas emoções de quem a guarda no coração. Por todas essas razões, vale a pena refletir sobre esse mal que tem feito muitas vítimas. Semelhante a um corrosivo, a mágoa vai minando a alegria, o entusiasmo, a esperança, e a amargura se instala... Silenciosa, ela compromete a saúde de quem a mantém e fomenta ódio, rancor, inimizade, antipatias. Muitas vezes a mágoa se disfarça de amor-próprio para que seu portador consinta que ela permaneça em sua intimidade. E com o passar do tempo ela se converta num algoz terrível, mostrando-se mais poderosa do que a vontade de seu portador para elimina-la.

De maneira muitas vezes imperceptível, a mágoa guardada vai se manifestando numa vingança aqui, numa traição ali, numa crueldade acolá. E de queda em queda a pessoa magoada vai descendo até o fundo do poço, sem medir as conseqüências de seus atos. Para evitar que isso aconteça conosco, é preciso tomar alguns cuidados básicos.

O primeiro deles é proteger o campo das emoções, fortalecendo as fibras dos nobres sentimentos, não permitindo que a mágoa o penetre.

O segundo, é tratar imediatamente a ferida antes que se torne mais profunda, caso a mágoa aconteça.

O terceiro, é drenar, com o arado da razão, o lodo do melindre, que é terreno propício para a instalação da mágoa.

É importante tratar essas suscetibilidades à flor da pele, que nos deixa extremamente vulneráveis a essas marcas indesejáveis em nosso coração, tornando as pessoas amargas e infelizes.

Agasalhar ódio, mágoa ou rancor no coração é o mesmo que beber veneno com a intenção de matar o nosso agressor.

Pense nisso, e não permita que esses tóxicos se instalem em seu coração.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Amor e Renúncia

A conversa informal durante o café da manhã foi mais uma oportunidade de aprendizado para os que ouviam aquela senhora de semblante calmo e cabelos embranquecidos

 pelas muitas primaveras já vividas.
Ela pôs o café e o leite na xícara e alguém lhe ofereceu açúcar. 
Mas a senhora agradeceu dizendo que não fazia uso de açúcar.
Alguém alcançou-lhe rapidamente o adoçante, 

por pensar que deveria estar cumprindo alguma dieta.
Mas ela agradeceu novamente dizendo que tomava apenas café com leite,

 sem açúcar nem adoçante dietético.
Sua atitude causou admiração, pois raras pessoas dispensam o açúcar. 

Mas ela contou a sua história.
Disse que logo depois que se casara havia deixado de usar açúcar.

 Imediatamente imaginamos que deveria ser para acompanhar o marido que, 
por certo, não gostava de doce.
Mas aquela senhora, que agora lembrava com carinho do

marido já falecido há alguns anos, esclareceu que o motivo era outro.
Falou de como o seu jovem esposo gostava de açúcar, e falou também da escassez do produto durante a segunda guerra mundial.
Disse que por causa do racionamento conseguiam apenas alguns

 quilos por mês e que mal dava para seu companheiro.
Ela, que o amava muito, renunciou ao açúcar

 para que seu bem amado não ficasse sem. Declarou que depois que a guerra acabou e a situação se normalizou,
 já não fazia mais questão de adoçar seu café e que havia perdido completamente o hábito do doce.
Hoje em dia, talvez uma atitude dessas causasse espanto naqueles que não conseguem analisar o valor e a grandeza de uma renúncia desse porte.
Somente quem ama, verdadeiramente, 

é capaz de um gesto nobre em favor da pessoa amada.
Nos dias atuais, em que os casais se separam por questões tão insignificantes, vale a pena lembrar as heroínas e 

os heróis anônimos que renunciaram ou renunciam a tantas coisas para fazer a felicidade do companheiro ou companheira.
Nesses dias em que raros cônjuges abrem mão de uma simples opinião em prol da harmonia do lar, vale lembrar que a vida a dois 

deve ser um exercício constante de renúncia e abnegação.
Não estamos falando de anulação nem de subserviência de um ou de outro, mas simplesmente da necessidade de relevar ou tolerar os defeitos um do outro.
Não é preciso chegar ao ponto de abrir mão de 

algo que se goste por mero capricho ou exigência do cônjuge,
 mas se pudermos renunciar a algo para que nosso amor seja feliz,
 essa será uma atitude de grande nobreza de nossa parte.
Afinal de contas, o verdadeiro amor é feito de renúncia 

e abnegação senão não é amor, é egoísmo.
Se entre aqueles que optaram por dividir o lar,

 o leito e o carinho a dois, não existir tolerância, de quem podemos esperar tal virtude?
Se você ainda não havia pensado nisso, pense agora.
Pense que, quando se opta por viver as experiências do casamento,

 decide-se por compartilhar uma vida a dois e isso quer dizer, muitas vezes,
 abrir mão de alguns caprichos em prol da harmonia no lar.
Se você só se deu conta disso depois que já havia se casado, 

lembre-se de que a convivência é uma arte e um desafio que merece ser vivido com toda dedicação e carinho.
Pois quando aprendermos a viver em harmonia dentro do lar,

 estaremos preparados para viver bem em qualquer sociedade.

terça-feira, 19 de julho de 2011

O amor



Numa sala de aula havia várias crianças. Quando uma delas perguntou à professora: "Professora, o que é o amor?".

A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera. Como já estava na hora do recreio, pediu que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e trouxesse o que mais despertasse nela o sentimento de amor.

As crianças saíram apressadas e, ao voltarem, a professora disse: “Quero que cada um mostre o que trouxe consigo”.

A primeira criança disse: “Eu trouxe esta flor, não é linda?”.

A segunda criança falou: “Eu trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha coleção”.

A terceira criança completou: “Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha?”.

E assim as crianças foram se colocando.

Terminada a exposição, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo. Esta estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido. A professora se dirigiu a ela e perguntou: “Meu bem, por que você não trouxe nada?”.

E a criança timidamente respondeu: “Desculpe, professora. Vi a flor e senti o seu perfume. Pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume durasse mais tempo. Vi também a borboleta, leve, colorida! Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o passarinho caído entre as folhas, mas, ao subir na árvore, notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho. Portanto, professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho. Como posso mostrar o que trouxe?”.

A professora agradeceu a criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera que só podemos trazer o amor no coração. 

Autor Anônimo

sábado, 9 de julho de 2011

Assembléia na carpintaria

Contam que na carpintaria houve uma vez uma estranha assembléia.
 Foi uma reunião das ferramentas para acertar suas diferenças.
O martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar. 

A causa? Fazia demasiado barulho e,
além do mais, passava todo o tempo golpeando.
O martelo aceitou sua culpa, 
mas pediu que também fosse expulso o parafuso, 
dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo.
 Diante do ataque, o parafuso concordou, 
mas por sua vez, pediu a expulsão da lixa. 
Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais.
 A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse a trena, 
que sempre media os outros segundo a sua medida,
 como se fora a única perfeita.
Nesse momento entrou o carpinteiro,

 juntou o material e iniciou o seu trabalho.
 Utilizou o martelo, a lixa, a trena e o parafuso.
 Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel.
 Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembléia reativou a discussão.
 Foi então que o serrote tomou a palavra e disse:
- Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos,

 mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades,
com nossos pontos valiosos. Assim,
 não pensemos em nossos pontos fracos, 
e concentremo-nos em nossos pontos fortes.

A assembléia entendeu que o martelo era forte,

 o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar
e afinar asperezas e a trena era precisa e exata. 
Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade.
 Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos. 

Ocorre o mesmo com os seres humanos.

 Quando uma pessoa busca defeitos em outra, 
a situação torna-se tensa e negativa.
 Ao contrário, quando se busca com sinceridade os pontos fortes dos outros,
 florescem as melhores conquistas humanas.

É fácil encontrar defeitos.

Qualquer um pode fazê-lo.
 Mas encontrar qualidades, isto é para os sábios.